sábado, 31 de dezembro de 2011

Índio, o retrato do presente

Por Giselle Costa

Fruto da miscigenação, a sociedade brasileira tende a esquecer de sua matriz indígena e o Estado, a negar os direitos dos índios. Atitudes evidenciadas pela indiferença com que assistimos os noticiários que mostram o brado e os conflitos pelas demarcações de terra, o reconhecimento cultural e social das tribos indígenas no Brasil. Felizmente algumas instituições públicas e privadas seguem tentando humanizar ou até mesmo mediar à relação da sociedade com o índio.

O III Seminário de História Indígena – Caboclo Marcelino: História, Cultura e Luta dos Povos Indígenas do Sul da Bahia, organizado pela Universidade Estadual de Santa Cruz, realizado nos dias 13, 14 e 15 deste mês, foi um exemplo do compromisso da entidade acadêmica com a comunidade. O evento levou ao conhecimento popular, a história, as raízes culturais e identitária, bem como a realidade conflituosa, a visão e comportamento de um povo injustiçado. Foram oferecidas diversas atividades, entre elas, palestras, oficinas, apresentações de trabalhos e exibição de filmes versando sobre diversas temáticas da trajetória indígena no Brasil e na região Sul da Bahia.

Pôde-se conferir que os índios, apesar de uma posição social desfavorável, têm exercido cidadania, participando ativamente das esferas sociais, inseridos na educação, na cultura, nos trabalhos formais, na política, na arte, na agricultura, na internet, na saúde e afins. O contraste social está no pré-conceito das pessoas e no descrédito conferido pelo poder público em relação aos direitos territoriais historicamente atribuídos aos índios brasileiros.

Pensar nos índios como atores sociais, nossos compatriotas e cidadãos com os mesmos direitos e deveres é importante, mas na medida em que não esqueçamos que há uma dívida anterior a ser revista e justamente quitada. Deixemos de lado o imaginário que insiste em pensar o índio como o selvagem, vestido em sua tanga e empunhando uma lança invadindo terras e exigindo direitos insanos.

Conheça um pouco mais da história indígena e do cotidiano do índio contemporâneo acessando: 


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Jornais Regionais?

Por Simone Santos

Como caracterizar um jornal, um periódico, como regional? Essa definição, um tanto crua, nos oferece a nomenclatura, e quem sabe as ferramentas, para podermos entender sobre o jornal que lemos em nossa cidade, e até mesmo sobre quem o lê junto conosco (ainda que espacialmente separado).
O jornal impresso foi o meio de comunicação pioneiro da nossa região e seu papel de falar do nosso dia-a-dia, do que está mais próximo das pessoas daqui, só aumenta a sua importância na nossa representação. Mas será que, de fato, essa representação existe? E qual seria ela? Esses aspectos aguçaram a minha curiosidade, especialmente sobre os jornais que circulam na região e que têm sede em Itabuna e Ilhéus.

Ao analisar alguns jornais impressos da região, seu aspecto gráfico, até mesmo sua tiragem, percebi que a nomenclatura regional não se aplicasse a maioria deles, talvez todos.

As reportagens e as colunas abordam quase que exclusivamente às sociedades do município sede desses jornais. Pela tiragem, por exemplo, somente um dos cinco jornais impressos que existem nas cidades citadas apresentam o número dos exemplares, cerca de cinco mil. Os outros não se atreveram a informar, em sua página, ou não quiseram. Esse número, tomado por base, serviria para uma região? Só essa tiragem não daria conta nem mesmo das cidades sede desses veículos.

Os jornais que circulam na região não conseguem mostrar de maneira sistemática aspectos dessas sociedades, priorizando notícias relativas a fatos policiais e press releases das prefeituras. Essas instituições municipais têm uma forte ligação comercial com esses veículos, os quais servem unicamente para divulgação de ações positivas aos governos atuais.

Esse é o tipo de informação que contempla a sociedade regional? Textos pré-editados nas assessorias, informações que em nada acrescentam na vida do cidadão comum? O que se pode perceber é que a região, em si, não é contemplada com pautas que façam com que ela se reconheça.

O universo abordado não é tão amplo como o que se pensa: apesar de importantíssimas comercialmente, Ilhéus e Itabuna NÃO SÃO a região inteira e sua influência chega a apagar da memória jornalística a presença de outros municípios, suas histórias e culturas nos jornais. Nós “lemos” Itabuna e Ilhéus, não uma região.

Fé e comunicação, totalmente em comunhão

Por Gisele Costa

Louvável a iniciativa do blog regional, "Fato Entre Aspas.com, em inserir na sua linha editorial uma coluna cristã. Pauta segregada nas mãos da igreja ou daqueles com interesses pessoais, que utilizam a fé como objeto de barganha, o espaço em questão não trata de religião e sim amplia a discursão espiritual de uma forma democrática. Ação que estabelece comunicação e troca entre aqueles que compartilham das mesmas crenças ou mesmo leva ao conhecimento de muitos leitores as benesses de se alimentar a fé.

Itabuna, terra cultural

Por Giselle Costa

A academia de dança Tchu e Cia completou 22 anos de atividades dedicadas a arte. No auge da maturidade profissional vem apresentando um ballet de alto nível, tanto na qualidade dos seus artistas, quanto na estrutura de seus espetáculos. Situada em Itabuna, no sul da Bahia, a escola é referência regional quando o assunto é a dança, conceito que tem conquistado cada vez mais adeptos ao ballet. A Tchu e Cia promove no próximo dia 02 e 03 de dezembro, às 20h, no auditório Paulo Souto – UESC, o espetáculo, Fantasy. O evento promete mais uma vez encantar os amantes da arte e marcar o calendário cultural da região.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Já virou rotina… A versão mais “apimentada” do panorama negro da câmera de vereadores de Itabuna

Por Gisele Costa

Na última sexta-feira, dia 25, “Seu Pimenta” postou em seu blog o pedido feito pelo Ministério Público à justiça que indica a condenação do vereador e ex-presidente da câmera, Clóvis Loiola, por esquema de corrupção, como fraudes em licitações, contratos, concessão de diárias e realização de empréstimos consignados. Toda a trapaça contabiliza o desvio de mais de R$ 4 milhões e indica a participação de outros envolvidos, entre eles, o ex-diretor de Recursos Humanos, Kléber Ferreira.

O que não foi mencionado é que corrupção anda mesmo na moda, uma vez que os diversos escândalos que vêm assolando a assembleia legislativa da cidade, não foram motivadores de atos legítimos que atendem a lógica da moral e dos bons costumes, como renúncia, cassação e impeachment. Onde estão os cidadãos das “Diretas Já”?!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O time é Santos ou é Neymar?

Por  Joelson Batista

Na manhã de quinta-feira,14 de dezembro, o time do Santos disputou a semifinal contra o time japonês Kashiwa Reysol. O Santos venceu por 3×1, sendo um gol de Neymar, um de Borges e o outro do lateral Danilo.

Interessante é notar a abordagem dada pela reportagem do Jornal Nacional sobre o fato. A manchete foi ”Santos vence com show de Neymar”. Mas quem assistiu à partida pôde perceber que o atacante teve o seu papel na partida, mas o time em si fez um papel muito maior na vitória. O engraçado é que ao falar sobre o primeiro gol de Neymar. Mostrou-se uma movimentação feita por ele, logo após mostraram o próprio falando o que pensou no momento do gol, tentando assim ressaltar a genialidade do garoto.

Quando o repórter foi descrever o segundo gol da partida, ao invés de comentar sobre a forma a qual o gol foi feito, eles se preferiram comentar que “o atacante Borges não tocou para Neymar, mas o mesmo estava ali por perto”. E para finalizar, sobre o terceiro gol, mostraram o “Astro” comemorando com o autor do gol Danilo.

Devemos perceber que há tempos, a Globo tem mostrando Neymar como o dono do Santos, o atleta que carrega o time nas costas, na verdade a um esquecimento das verdadeiras estrelas da equipe. O meio de campo Ganso tem um papel fundamental na articulação da equipe, além do goleiro Rafael, e outros jovens atletas iguais ou até mais talentosos do que o astro da equipe.

O que na verdade acontece com o Neymar, é que ele além de ser um bom jogador é um fenômeno midiático, nada naquele “garoto” é por acaso, existe uma empresa por detrás dele, como por exemplo a 9nine, do ex-atacante Ronaldo, fazendo o trabalho com a imagem do “astro”. É nítido o aumento de comerciais feitos pelo mesmo. Não custa nada lembrar o estreito laço entre o Ronaldo e a Globo, desde a época que o mesmo era atleta profissional, e o famoso narrador Galvão Bueno “enchia a bola” do atleta, mesmo ele indo mau em jogos. Acredite, nada é por acaso.

Por tanto, Neymar é o time do Santos? Ele o carrega nas costas? É isso que eles querem que acreditemos?

Sul da Bahia, um “berço” da Arte

Por Rannah Vieira

Sem sombra de dúvidas, Jorge Amado é o escritor sul baiano mais reconhecido, dando visibilidade a nossa região através de seus livros. Entretanto, alguns autores da literatura  regional, como Hélio Pólvora, Adonias Filho, Cyro de Mattos, Firmino Rocha e Telmo Padilha também nos concederam dezenas de romances com a rica historia regional.

Membros ALITA
Com a necessidade de promover a cultura e os autores  regionais,  foi criada a Academia de Letras de Itabuna (ALITA), tendo como patrono o escritor Adonias Filho. Adonias Filho  nos deixou uma vasta obra literária, que ultrapassou as fronteiras grapiunas e ganhou o mundo.

 A nova entidade literária e cultural foi fundada pelos escritores, poetas, professores universitários  e juristas   Ary Quadros Teixeira, Carlos Eduardo Lima Passos da Silva,  Cyro Pereira de Mattos, Dinalva Melo do Nascimento, Maria Genny Xavier Conceição,  Gustavo Fernando Veloso Menezes, Lourdes Bertol Rocha,  Marcos Antônio Santos Bandeira,  Marialda Jovita Silveira,  Maria Luiza Nora de Andrade,  Rilvan Batista de Santana,  Ruy do Carmo Póvoas,  Sione Maria Porto de Oliveira e   Sônia Carvalho Maron, tendo como presidente o juiz da Vara da Infância e Juventude, Marcos Antônio Santos Bandeira.

Memórias do Rio Cachoeira

Por Rannah Vieira

Memorias do Rio Cachoeira é um documentário que conta a historia de um de um “rio que faz parte da história do nosso povo, mas que está em estado de coma, implorando por sobrevivência”, como reflete o roteiro. Sua linguagem é composta por doze poemas de autoria dos grapiúnas Cyro de Mattos, Ruy Póvoas, Daniela Galdino, Valdelice Pinheiro, Firmino Rocha, Kléber Torres, Lorenza Mucida, Iana Carolina e Mither Amorim e musicas da banda Manzuá.  

Essa mistura visa resgatar a memória cultural da cidade de Itabuna, estimula a cultura local através da literatura, música e vídeo, e a educação ambiental e forma público para o audiovisual.

O documentário conta com a participação das mais diversas figuras itabunenses, as lavadeiras, aguadeiros, areeiros, pescadores, ambientalistas, historiadores, sociólogos e outras personalidades relacionadas ao Cachoeira. De acordo com Victor Aziz, o documentário será exibido dia 22 de dezembro no Centro de Cultura Adonias Filho, com entrada franca.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Record versus Globo: Deus e o diabo no campo da fé e da comunicação

Por Genisson Santos

Ficou provado que, ao contrário do que se acreditava, fé dá, sim, audiência. Não é apenas profanismo, sexísmo ao extremo, pancadaria, sensacionalismo jornalesco e a fantasia das telenovelas brasileiras – tão cheias de elementos que vão de encontro aos princípios de ética e moral da sociedade – que é capaz de segurar o público em frente à TV. A Rede Globo pode comprovar isso com o Festival Promessas, exibido no último domingo (18), pela primeira vez na emissora, que até então adotava uma posição intransigentemente resistente aos evangélicos.

Nomes consagrados da música gospel participaram do festival  
O programa de 60 minutos abriu espaço para a música gospel e para a pregação da palavra de Deus, atingindo bons índices de audiência no horário. Segundo dados do IBOPE, instituto que mede a audiência das redes de televisão na Grande São Paulo, o programa atingiu 13 pontos, o dobro da média registrada na semana anterior no mesmo horário, o que aponta para uma necessidade da emissora investir neste público. Afinal, a religião evangélica foi a que mais cresceu nos últimos tempos, de acordo com o Novo Mapa das Religiões, elaborado pela fundação Getúlio Vargas.

No entanto, o que quero colocar em discussão não é este fato positivo para os evangélicos, mas sim estabelecer uma inevitável e breve comparação no âmbito da fé e da comunicação, entre a Rede Globo de Televisão e a Rede Record, sua principal concorrente.

É extremamente assustador perceber que único espaço dado pela Record aos evangélicos (a saber, à igreja Universal do Reino de Deus – sua principal fonte de sobrevivência financeira), se restringe à alta madrugada, onde se apregoa uma falsa doutrina da prosperidade, baseada na exploração da fé dos seus seguidores.          

Pelo menos em tese, a base ideológica do grupo Record é evangélico-cristã. E partindo deste pressuposto conclui-se que a emissora da Barra Funda deveria ser a principal difusora dos princípios e valores bíblicos. No entanto, ao contrário, o que se vê na programação deste canal são apelações a tudo que é profano, em uma busca desesperada por melhores índices de audiência. Ou melhor, em uma tentativa obcecada de se comparar, ou quem sabe, ultrapassar a Globo, copiando e reproduzindo fórmulas, grades, produtos e produtores da concorrente.

Edir Macedo: "vela" pra Deus ou para o Diabo?
A menos que esteja muito enganado, há algo de muito estranho na relação Record e fé. Como pode um mesmo grupo, ou uma mesma cabeça (do Bispo Edir Macêdo) pregar duas ideologias completamente antagônicas e indissolúveis, em uma falsificação ideológica? Enquanto difundem amplamente em horário nobre (pela Rede Record) cenas de sexo explícito, ao mesmo tempo, em horário terceirizado em outra emissora, com audiência insignificante, pregam um ridículo jejum de informações, tentando evitar a "contaminação" com as "nojeiras" da TV, internet e demais veículos de comunicação. Não há coerência!...

Do outro lado, a Rede Globo, mesmo tímida, faz uma aposta no público gospel. Alguém pode dizer que a Globo está visando apenas e simplesmente seus próprios interesses mercadológicos, acendendo assim, uma “vela” para Deus e outra para o diabo. Pela ótica da fé isso pode ser questionado. No entanto, admitindo-se isso, a atitude “farazeônica” da Globo não é causa espanto a ninguém, já que sabe-se que a cúpula global possui tendência religiosa ao espiritismo e até satanismo. Mas o que dizer da “santa” Record? Será que as “velas” que a emissora de Edir Macêdo tem queimado, realmente, tem sido para Deus? Ou será que seu negócio é mesmo com o coisa ruim?        

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

ENTREVISTA: Corre que a polícia vem aí!


Por Maiana Melo

Meses e meses de treinamento duro até que, enfim, um policial consegue se formar. Por ser uma profissão de risco, a polícia exige coragem, sangue frio, resistência física e muita paciência. Porque paciência? Por causa da população. Atualmente, um dos grandes problemas enfrentados pela polícia no Brasil é a repulsa e a falta de colaboração da população, que leva, dentre outras coisas, a uma “briga” entre policia e comunidade, dificultando assim esse trabalho, que é tão criticado por seu teor de agressividade, mas que seria facilitado com simples compreensão.

A aversão a policia é um assunto bem complicado de se discutir. Algumas pessoas a criticam por sua agressividade e imposição, mas não entendem o motivo real dessa atitude, às vezes por falta de compreensão ou conhecimento, ou simplesmente pelo fato de que essa atitude assusta bastante até a quem não é criminoso. Os policiais se utilizam desses meios para serem obedecidos, mas acabam desagradando muitas pessoas, principalmente as que são da família dos infratores. Em entrevista, um policial (que não quer se identificar) contou-me o porquê desse comportamento, tanto da população quanto da policia.

Maiana Melo: Qual é o comportamento da população com relação à polícia?

Policial: Na maioria das vezes o pessoal reage de uma forma negativa, porque é natural das pessoas não entender a ação da polícia, mesmo porque eles não são técnicos em segurança pública. Então, a chegada da policia sempre causa impacto. Às vezes a gente tem que chegar de uma maneira, eu não diria agressiva, mas de uma maneira firme, até porque as pessoas, principalmente aqui em Ilhéus, acham que se a policia chega de forma educada, é porque a policia não esta bem preparada, e o cara não sabe o que esta fazendo, então só obedece quando agente age de maneira enérgica. Se você chega de uma maneira branda, educada, você não é atendido. Infelizmente é assim, mas não deveria. Policial fardado deveria ser respeitado, e se o cidadão se sentir lesado, tem o direito de procurar os meios legais pra se defender.

Maiana Melo: Porque a polícia é tão criticada?

Policial: A polícia agrada sempre aquele que esta sendo vitima, lógico. Se você é vítima, você quer que prenda, que bata, e muitas outras coisas. Mas se o cara que cometeu o delito foi parente seu, você quer que a polícia trate de forma educada, que não encoste a mão, que trate de maneira cordial, então pra população, a policia só agrada quando está defendendo ele, quando ta trazendo alguma coisa de bom pra ele. Agente entende isso, é um comportamento da população, acho que a população deveria ajudar mais a policia.

Maiana Melo: Qual seria uma possível solução pra isso?

Policial: A solução pra isso é complicado. Não é uma coisa limitada daqui da região, é Brasil, é a postura das pessoas. Então a população só vê a policia de uma forma truculenta, que a policia é truculenta, mal preparada. Então, se acerta, é sua obrigação, quando erra, é despreparado, então não agrada muito e nem vai agradar. Pra resolver isso aí é bem complicado porque parte do início, da educação. A solução de tudo pra mim é a educação. Tudo se resolveria se o governo investisse em educação. Se o cara tem uma boa formação, uma boa educação, ele vai estar preparado pro mercado de trabalho, vão surgir oportunidades, se surgirem oportunidades vai surgir emprego…

Maiana Melo: Ele não precisaria procurar os meios ilícitos…

Policial:… ele não vai precisar traficar, roubar e outras coisas mais, as crianças não terão pais analfabetos, despreparados, e sim uma família estruturada. Então pra mim a base de tudo é a educação. Eu não posso dizer como melhoraria a policia, porque não tem como melhorar, e nem o comportamento das pessoas com relação a policia. Se fosse melhorar alguma coisa seria a educação.

A integração polícia-comunidade já resolveu vários problemas, e resolveria muitos outros caso existisse compreensão entre as partes. Um exemplo disso aconteceu em Palmas – Tocantins: na manhã de uma quarta feira, 23 de novembro de 2011, uma senhora de 46 anos procurou a UPC (Unidade de Polícia Comunitária) do 1º BPM – Operacional, que fica na 906 sul, em Palmas, e repassou a informação aos policiais militares que teria sido roubada, e o desfecho foi a prisão desse assaltante.  Enfim, só nos resta refletir sobre o papel dos policiais como defensores da ordem pública, e não apenas como agressores que não se importam com o direito de ir e vir dos outros. Muito ainda deve ser feito para mudar essa realidade, mas com a colaboração do povo, essa situação mudaria para melhor.

Minervas da vida real

Por Maiana Melo

Elizabeth Savalla: a Minerva de Morde e Assopra
Vergonha. Palavra que descreve bem o sentimento da sociedade com relação ao comportamento das primeiras-damas de algumas cidades de São Paulo e Alagoas que foram denunciadas pelo programa “Fantástico” do último domingo, 27/11. Elas desviavam dinheiro público para sustentar seus gastos pessoais e até fúteis, como uísque e ração para cachorro, além de outras irregularidades. Isso até me lembrou uma novela que estreou em março deste ano. Transmitida pela Rede Globo, a novela Morde e Assopra tinha como um dos personagens Minerva, uma primeira-dama fútil que fazia licitações para supostos problemas na cidade, mas na verdade usava todo o dinheiro para sustentar luxos como vestidos caros. Assistindo a essa novela eu ficava pensando em que o autor se baseou pra criar aquela personagem. Hoje eu sei que ele se baseou na realidade, e até tenho um palpite sobre o porquê da atitude irresponsável dessas mulheres.

Alguns diriam que esse comportamento fútil vem do descaso com a sociedade, outros diriam que vem da necessidade de ostentar o luxo para causar uma impressão de superioridade, mas eu tenho uma sugestão a mais: má formação familiar. Não querendo fazer um discurso cristão, mas todo o caráter de uma pessoa é formado pela convivência em família e seu comportamento é definido na infância que é o ponto de partida e a fase crucial para a definição de uma pessoa como futura cidadã.

Damas da corrupção 
Na infância, muitas crianças de uma classe social mais elevada são levadas desde bem cedo a ter um comportamento elitista e consumista. Os comerciais de televisão levam as crianças a quererem tudo o que não tem. Os pais já não sabem conter o desejo de querer sempre mais e acabam fazendo com que elas levem isso para a vida adulta. Quando se vêem sem ter as coisas que querem e gostam, apelam para o comportamento mais inadequado.

Se pararmos para observar, a maioria das pessoas de bem já foram pobres ou passaram por dificuldades financeiras que não lhes davam o direito de “bater o pé” por alguma coisa que queriam. Até mesmo as que sempre tiveram condições financeiras, os pais haviam lhes colocado limites, que faziam com que aquela criança entendesse que o que ela estava fazendo é errado.

Na novela, o final não poderia ser outro: a antiga primeira dama vira prefeita e continua com suas falcatruas sem ser descoberta, mas a realidade não precisa nem deve ser assim. Talvez a novela tenha vindo para nos alertar sobre o que tem acontecido no Brasil e nos fazer refletir sobre nossas próprias atitudes, mas enquanto a família não melhorar, continuaremos convivendo com a falta de caráter de alguns brasileiros.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Até breve, Fátima!

A jornalista passou a bancada à colega Patrícia Poeta
Por Genisson Santos

Depois de praticamente crescer vendo e ouvindo o “boa noite” do casal número 1 do telejornalismo brasileiro, uma “separação” (não conjugal, mas de bancada) quebrou essa tradição, que já durava 14 anos. O sentimento é de uma espécie de perda; de que algo está faltando.

A jornalista e apresentadora do Jornal Nacional, Globo, Fátima Bernardes se despediu nesta segunda-feira (5), da bancada do diário para se dedicar a um projeto pessoal. Vai apresentar um novo programa, ainda mantido sob segredo de justiça por ela e pela cúpula da TV Globo. Com certeza com o objetivo de aumentar ainda mais a curiosidade do público, que se perguntou: “como assim?”, ao ouvir na sexta-feira (2), da própria jornalista, que iria deixar o jornal.

E para onde irá a mãe de tantos brasileiros e brasileiras?

"Não é a mamãe, não é a mamãe!"
Maternal. Este era o sentimento, até então passado pelo Jornal Nacional, ao entrar nas casas das pessoas na figura de um casal que parece, realmente, ter nascido um para o outro. Sintonizados até na profissão. Agora ela se vai.

Mas, como toda mãe cuidadosa, deixou tudo arrumado para que a casa continue em ordem. E, em um papo de comadres, quase nunca antes visto na história do JN — tão preso ao formalismo e seriedade –, passou o posto (ou a cadeira) à também competente Patrícia Poeta. Mas aqui pra nós, o sentimento de ausência persiste. Afinal, como diria o pequeno aí ao lado, “não é a mamãe, não é a mamãe!”.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Mosaico baiano ou soteropolitano?

Por Luíse Beatriz

Criado com o propósito de ser de fato um mosaico de noticias referentes à cultura baiana como um todo, o programa Mosaico Baiano entrou no ar no dia 07 de julho de 2007, sendo exibido aos sábados no horário das 14:00h pela Rede Bahia, afiliada da Rede Globo com a apresentação de Alessandro Timbó. O programa é caracterizado dentro da linha do entretenimento, com uma linguagem jovem que é proposta através das edições, e que tem como foco a cultura da Bahia. O programa objetiva mostrar tudo o que diz respeito a filmes, música, jeitos de vestir e falar, peças teatrais e sobre a culinária da Bahia.

Inicialmente, o Mosaico começou sendo apresentado apenas em estúdio, com um cenário que lembrava uma praça, justamente para fazer uma alusão de espaço amplo, de cidade. Posteriormente o apresentador passou a ir para as ruas e fazer a apresentação a cada sábado de um ponto turístico diferente de Salvador. Além da câmera principal, há a gravação de uma câmera secundaria que funciona como gravação de making-of que também é veiculado. Há uma mescla das imagens da câmera principal e da secundaria a todo o tempo.

Apesar de o programa ser simples e de qualidade, a problemática em questão é justamente que não são mostradas a todo o tempo características de toda a Bahia e sim da cidade de Salvador e sua região metropolitana. As demais regiões baianas têm certa dificuldade de identificar-se com as noticias transmitidas, justamente porque não falam da sua região, da sua cidade, e sim, fazem referencia a capital. Isso causa um distanciamento, pois de acordo com o titulo do programa seria necessária abordar toda a Bahia, uma vez que o estado não se resume apenas à capital.

Por isso a pergunta que ecoa é: Mosaico baiano ou soteropolitano? O objetivo é mostrar o que se passa na cultura da Bahia ou da cidade de Salvador? O único quadro que divulga os shows no interior do estado é “Tá rolando na cidade”, que como o titulo mesmo diz, inicialmente era apenas para divulgar os eventos ocorridos na cidade de Salvador, e depois passou a falar também de outras localidades, apesar de manter o mesmo nome.

É um programa de fato feito com excelência, mas o mosaico proposto de fato só se dá a respeito de música, culinária, cinema na e da cidade de Salvador – e não das diferentes formas do baiano, a depender da sua região, de se comportar, pensar, se alimentar e vestir, que apesar ser dentro do mesmo estado tem sim as sua particularidades, e precisa ser mostrada, para que os baianos possam assistir a uma programação da Bahia e não somente de Salvador.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Jornal “O Estado de São Paulo” digitaliza todas as suas edições

Por Simone Santos

Seguindo uma tendência de importantes centros de cultura, como a Biblioteca Brasiliana, o Domínio Público, entre outros, o jornal O Estado de São Paulo concluirá em breve a digitalização de todas as suas edições, da fundação até os dias atuais.

É interessante pensar na possibilidade de ler o que se escrevia há tanto tempo atrás, especialmente pela possibilidade de se aproximar de uma época, maneiras de se pensar a notícia, de ver uma cidade, um país com olhares diferentes dos nossos.

Rever as edições de um jornal como o Estado de São Paulo, fundando em 1875, antes A Província de São Paulo, oportuniza aos novos leitores, diga-se “web-leitores”, aproximação com um meio de comunicação que cada vez mais é ameaçado pelo poder da internet em condensar em um único aparelho, o computador, milhões de informações, com mais rapidez e maior versatilidade.

Talvez com uma incoerência (internet vs jornais) o Estado de São Paulo mostre que o caminho é agrupar e condensar as mídias tradicionais com as novas plataformas da informação. Essa medida, tomada desde a popularização da internet, dá sustentação e novos rumos a publicações que estariam relegadas aos mesmos mercados consumidores e sem perspectivas de crescimento.

Mas, fazer valer a história e a tradição de um jornal, como o fez o Estado de São Paulo, reapresentando aos novos leitores um universo bem maior que um clique, acrescenta para o não só a possibilidade de pesquisa de informações antigas, mas traz à tona um passado de importantes contribuições à sociedade, através do jornalismo e daqueles personagens que fizeram suas histórias nas páginas do periódico.