segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Mosaico baiano ou soteropolitano?

Por Luíse Beatriz

Criado com o propósito de ser de fato um mosaico de noticias referentes à cultura baiana como um todo, o programa Mosaico Baiano entrou no ar no dia 07 de julho de 2007, sendo exibido aos sábados no horário das 14:00h pela Rede Bahia, afiliada da Rede Globo com a apresentação de Alessandro Timbó. O programa é caracterizado dentro da linha do entretenimento, com uma linguagem jovem que é proposta através das edições, e que tem como foco a cultura da Bahia. O programa objetiva mostrar tudo o que diz respeito a filmes, música, jeitos de vestir e falar, peças teatrais e sobre a culinária da Bahia.

Inicialmente, o Mosaico começou sendo apresentado apenas em estúdio, com um cenário que lembrava uma praça, justamente para fazer uma alusão de espaço amplo, de cidade. Posteriormente o apresentador passou a ir para as ruas e fazer a apresentação a cada sábado de um ponto turístico diferente de Salvador. Além da câmera principal, há a gravação de uma câmera secundaria que funciona como gravação de making-of que também é veiculado. Há uma mescla das imagens da câmera principal e da secundaria a todo o tempo.

Apesar de o programa ser simples e de qualidade, a problemática em questão é justamente que não são mostradas a todo o tempo características de toda a Bahia e sim da cidade de Salvador e sua região metropolitana. As demais regiões baianas têm certa dificuldade de identificar-se com as noticias transmitidas, justamente porque não falam da sua região, da sua cidade, e sim, fazem referencia a capital. Isso causa um distanciamento, pois de acordo com o titulo do programa seria necessária abordar toda a Bahia, uma vez que o estado não se resume apenas à capital.

Por isso a pergunta que ecoa é: Mosaico baiano ou soteropolitano? O objetivo é mostrar o que se passa na cultura da Bahia ou da cidade de Salvador? O único quadro que divulga os shows no interior do estado é “Tá rolando na cidade”, que como o titulo mesmo diz, inicialmente era apenas para divulgar os eventos ocorridos na cidade de Salvador, e depois passou a falar também de outras localidades, apesar de manter o mesmo nome.

É um programa de fato feito com excelência, mas o mosaico proposto de fato só se dá a respeito de música, culinária, cinema na e da cidade de Salvador – e não das diferentes formas do baiano, a depender da sua região, de se comportar, pensar, se alimentar e vestir, que apesar ser dentro do mesmo estado tem sim as sua particularidades, e precisa ser mostrada, para que os baianos possam assistir a uma programação da Bahia e não somente de Salvador.

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