segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Jornais Regionais?

Por Simone Santos

Como caracterizar um jornal, um periódico, como regional? Essa definição, um tanto crua, nos oferece a nomenclatura, e quem sabe as ferramentas, para podermos entender sobre o jornal que lemos em nossa cidade, e até mesmo sobre quem o lê junto conosco (ainda que espacialmente separado).
O jornal impresso foi o meio de comunicação pioneiro da nossa região e seu papel de falar do nosso dia-a-dia, do que está mais próximo das pessoas daqui, só aumenta a sua importância na nossa representação. Mas será que, de fato, essa representação existe? E qual seria ela? Esses aspectos aguçaram a minha curiosidade, especialmente sobre os jornais que circulam na região e que têm sede em Itabuna e Ilhéus.

Ao analisar alguns jornais impressos da região, seu aspecto gráfico, até mesmo sua tiragem, percebi que a nomenclatura regional não se aplicasse a maioria deles, talvez todos.

As reportagens e as colunas abordam quase que exclusivamente às sociedades do município sede desses jornais. Pela tiragem, por exemplo, somente um dos cinco jornais impressos que existem nas cidades citadas apresentam o número dos exemplares, cerca de cinco mil. Os outros não se atreveram a informar, em sua página, ou não quiseram. Esse número, tomado por base, serviria para uma região? Só essa tiragem não daria conta nem mesmo das cidades sede desses veículos.

Os jornais que circulam na região não conseguem mostrar de maneira sistemática aspectos dessas sociedades, priorizando notícias relativas a fatos policiais e press releases das prefeituras. Essas instituições municipais têm uma forte ligação comercial com esses veículos, os quais servem unicamente para divulgação de ações positivas aos governos atuais.

Esse é o tipo de informação que contempla a sociedade regional? Textos pré-editados nas assessorias, informações que em nada acrescentam na vida do cidadão comum? O que se pode perceber é que a região, em si, não é contemplada com pautas que façam com que ela se reconheça.

O universo abordado não é tão amplo como o que se pensa: apesar de importantíssimas comercialmente, Ilhéus e Itabuna NÃO SÃO a região inteira e sua influência chega a apagar da memória jornalística a presença de outros municípios, suas histórias e culturas nos jornais. Nós “lemos” Itabuna e Ilhéus, não uma região.

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