quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Entrevista: Radar Notícias - Rastreando informações

Em nossa região há uma crescente em números de blogs e sites de noticias, tendo em vista a vontade de escrever uma nova forma de matéria, ou uma nova forma de abordar determinado assunto, com isso cada dia aparece um novo jornal online, dando o seu recorte do que é mostrado.

Procuramos a equipe do Radar Noticias para uma entrevista, já que esse blog/site, é muito influente na região e não só isso, traz também, uma nova roupagem ao dar as informações.

PONTO 0: Como foi o surgimento, quem o fundou o blog ?

Radar: É importante ressaltar que o Radar começou com um site e hoje funciona como um portal de notícias. Nunca funcionamos como blog.

O Radar foi fundado por Renan Saint com o objetivo de trazer para região onde predominavam blogs, um site de notícias, onde os repórteres fossem até os acontecimentos e pudessem passar isso de forma rápida e exata para a população.

Em dois anos de existência, o site cresceu muito mais rápido e com mais inovações do que a princípio se pensou. Se você notar, nos tornamos um portal conhecido em um tempo que para muitos é considerado curto.

P.0: Sobre a audiência, existe um gráfico da quantidade de visitas desde o surgimento, e as diárias?

RADAR: Nossa audiência é toda registrada pelo site Google Analitics. Nós recebemos uma média de 300 mil visitas por mês (10 mil por dia) e temos um milhão de pagerviews (páginas vistas) por mês. Além disso, de acordo com o site Alexa, o Radar Notícias varia entre o terceiro e o quarto portal de notícias mais acessado da Bahia.

Um grupo formado pelas principais agências de publicidade de Itabuna realizou recentemente uma pesquisa que aponta o Radar como o site mais acessado da cidade, com o dobro de acessos do que ficou em segundo lugar.

P.0: A aceitação do público as matérias?

RADAR: Nós recebemos uma resposta muito grande do público refletida nos acessos, nos comentários, na participação através do envio de denúncias e solicitações de reportagens e etc.

P.0: Quando começaram a produzir coberturas áudio visuais dos fatos?

RADAR: As coberturas em vídeo fizeram uma grande diferença para o Radar. Hoje, trabalhamos como uma Web TV fazendo cobertura de diferentes acontecimentos da região. Já tínhamos o diferencial de ir fazer a matéria no local dos acontecimentos e adicionamos a isto os nossos vídeos.

P.0: Quantas pessoas fazem parte direta ou indiretamente das produções do blog?

RADAR: Atualmente, temos seis pessoas trabalhando no Radar Notícias. Em cargos dos setores de administração, jornalismo e financeiro. Temos um repórter freelancer. Além desses, temos, pelo menos, uma pessoa em cada página do portal como Esporte, Entretenimento e Mulher.

P.0: Existe alguma inovação para o ano de 2012?

RADAR: Fizemos uma inovação recentemente que foi modificar o layout do site para que ele ganhasse a “cara” de portal e pudéssemos ter um funcionário para cada ramo diferente das notícias, assim como explicado anteriormente. Hoje, temos páginas diferentes para esporte, entretenimento, mulher, polícia e política. Mesmo assim, não paramos de planejar e buscar melhorias e novidades.

P.0: Quem patrocina o blog? Pois sabemos que é complicado manter, uma estrutura como a do Radar.

RADAR: O portal é mantido através dos nossos anunciantes. Nós temos banners expostos em todas as páginas. São empresários locais, regionais e nacionais (a exemplo da Vivo) que conhecem o Radar e sabem da sua grande repercussão com o público e procuram o meio digital para anunciar suas empresas e produtos.

A (inco) moda Neymar

Por Maiana Melo

Ninguém aguenta mais Neymar. Para quem não sabe, (é possível que você seja um alienígena), é o jogador de futebol de 19 anos mais famoso do Brasil, e até já está sendo comparado com o Pelé. Antes eu pensava que era por causa da falta de assunto, mas hoje eu vejo quão grande é essa questão. Nem precisei pesquisar muito para descobrir que ele além de ser um dos jogadores mais bem pagos, atualmente faz campanhas de várias marcas e aparece na maioria dos programas de televisão. Dá pra entender que ele é um ótimo jogador, mas não que ele seja tudo o que a mídia diz.

O jogador já passou por várias situações que provaram sua imaturidade diante da fama que recebeu assim tão novo. Ele se comporta mal em campo, discute com o árbitro e até já provocou a expulsão de um técnico. Sua fama e alto salário correspondem a uma pessoa madura, mas suas atitudes correspondem as de um adolescente dotado de defeitos como outro qualquer.

Ele usa umas roupas folgadas, um cabelo moicano estranho, um boné de pala reta, brincos, corrente, dentre outros acessórios que o fazem parecer um cara “largadão”, que quebra as regras. O jogador se utiliza desses artifícios pra lançar um estilo próprio, com o qual ele demonstra certa rebeldia, fato que de uma forma estranha também atrai várias adolescentes, o que fez com que ele fosse parar no comercial da Colírios Capricho (Foto).

A televisão tenta o tempo todo coloca-lo em um pedestal e venerá-lo. Por quê? Por causa de sua fama como jogador, que vem crescendo a cada dia. Ele é noticia, lança moda, atrai audiência, e inclusive anunciantes. Atualmente, ele faz campanhas para pelo menos dez marcas e vários programas de televisão dedicam quadros inteiros para falar sobre ele e como ele é famoso. Todo mundo quer tirar proveito da fama do Neymar da Silva Santos Junior, o craque do Santos.

O talento de Neymar fez com que a mídia o supervalorizasse, mas até quando isso vai ser assim? Assim como milhares de outras celebridades, e principalmente ídolos adolescentes, ele acabará caindo no esquecimento. A mesma mídia que construiu sua fama pode destruí-la com críticas, basta que ele cometa um pequeno erro. Isso já é previsível, aconteceu várias vezes, e acontecendo com ele não será a última. Só resta saber qual será a reação dele.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A internet como espelho e fonte

Por Alisson Leandro

A atual era da informação e comunicação onde as pessoas estão expostas as mais diversas formas de conhecimento e idéias, onde todos os acontecimentos são noticiados em tempo real, e as delimitações de barreiras físicas não impedem o acesso e intercruzamento de cultura entre povos, vem sendo sustentada pelo hibridismo que ocorre entre os meios e tecnologias da comunicação. Essa convenção é justificável à medida que tradicionais mídias que antes eram soberanas nessa esfera comunicacional começaram a perder seu espaço decorrente do desenvolvimento e popularização da internet nas sociedades. Para tanto, foi preciso rever as formas pelas quais TV e rádio, por exemplo, operavam no que se diz respeito aos vínculos de contato direito e participação com os telespectadores e ouvintes. A medida encontrada não poderia ser mais plausível se não a conexão entre eles, em vez de um ineficiente embate entre os mesmos onde muitos só tenderiam a perder sua parcela de audiência. O suporte comum para isso vem sendo a internet, cada vez mais soberana entre as demais mídias e que também não deixa de levar consigo as especificidades das demais. É dela de onde vem sendo extraído boa parte do conteúdo veiculado nos grandes meios e das idéias de relação entre a mídia e o consumidor final, geralmente pautada na interatividade, característica e virtude máxima da internet.

Recentemente em várias entrevistas concedidas devido ao lançamento de seu livro, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o “Boni”, quem muito contribuiu para a implementação do atual modelo de televisão brasileira, ressaltou, quando perguntado, que a renovação da forma de operação de conteúdo de meios como a Tv é cada vez mais necessária e urgente, onde essa reestruturação passa fundamentalmente sobre o viés da ligação direta entre as mídias. De fato, não é possível ver um futuro longo para as grandes cadeias de rádio e tv se a referência não passar a ser a internet. Talvez o grande dilema a ser debatido é sobre a forma pela qual os tradicionais meios vão refletir as singularidades presentes na web e trazê-las para si. Para tanto, maneiras experimentais estão sendo testadas, em alguns casos até com significativa eficiência e resultado, mas ainda de um jeito tímido e pouco completo. Essa renovação precisa ser constante para de fato ser sustentável e atrativa, ela precisa percorrer diferentes caminhos e atender cada vez mais sua audiência.

A quem interessar, o destino do cineasta


Por Simone Santos

Escrevendo sobre o filme O Baile, de Ettore Scola, esbarrei com o blog de André Barcinski, Uma Confraria de Tolos, no qual ele comentava a decisão deste magnífico diretor em se afastar definitivamente do cinema. A notícia é de setembro de 2011, mas acende um alerta sobre o destino desta “indústria” cinematográfica e o que ela pode oferecer ao público hoje em dia e àqueles que fazem dela um ofício.

Vale a pena conferir:

André Barcinski – Uma Confraria de Tolos

A rádio ressurge

Por Alisson Leandro

Com o constante desenvolvimento de novas tecnologias e ferramentas da comunicação e entretenimento, são muitas as opções de aparelhagem e suportes para a disseminação de conteúdo em massa. Houve uma época em que acreditava-se no desaparecimento de determinados meios em decorrência do surgimento de outros, algo que não ocorreu devido a capacidade dos veículos informativos de se reinventarem e procurar estabelecer mecanismos que os mantenham atualizados em seu contexto temporal.

Com o rádio não foi diferente. Mesmo inserido em um século onde a disputa pela atenção de público acontece de maneira mais acirrada devido a uma concorrência pautada no visual e na interatividade, ele consegue manter fiel a parcela social que o acompanha, e ainda atrair significativa atenção de ouvintes que cresceram já na era da web. Essa revisão da maneira passível em que se encontrava o contato do rádio com a população foi mais que necessária tendo em vista que sua presença e importância societária viam-se ameaçadas. Hoje, após essa reestruturação em sua forma de falar e interagir com as pessoas, acontece por intermédio de suportes de grande importância e visibilidade o nascimento de um modelo muito mais dinâmico e contemporâneo de fazer produtos radiofônicos, pautado na praticidade e comodidade, onde o ouvinte consome o conteúdo do veículo radiofônico por intermédio de outros meios que também o possibilita participar da programação sem se desligar do universo online.

O rádio consegue manter em segredo uma magia e singularidade bem especiais, que o faz indispensável na vida ou momentos de muita gente, sendo o mesmo um fiel parceiro para diferentes horas ou situações. Entretanto, sua nova roupagem o possibilitou continuar notável entre as novas e tradicionais mídias, e o atualizou perante uma geração exigente que não se encaixa mais nos padrões de outrora, onde conseguir atrair e manter a atenção da atual juventude se caracteriza como uma difícil tarefa da qual o rádio mostra-se ainda ter fôlego para enfrentar.

Prêmio Nobel da Paz – Ellen Sirleaf

Por Luize Beatriz,

O premio Nobel da Paz do ano passado foi bastante comentado, pois foi divido para três mulheres consideradas “desconhecidas” a nível mundial, mas que executavam importantes trabalhos nos seus lugares de origem. Uma delas é a Ellen Johnson Sirleaf, de 72 anos, que foi a primeira mulher a ser livremente eleita presidente de um país africano, em 2005.

Acompanhe abaixo um documentário feito pelos alunos do 6º semestre de Comunicação Social da UESC, sobre e a historia de Ellen Sirleaf.

Teoria X Realidade: O que muda nas rádios locais?

Por Luize Beatriz

A realidade das rádios locais é diferente da discutida teoricamente na sala de aula pelos alunos e professores nos cursos de Comunicação. As rádios na teoria possuem setores de produção bem definidos, com pessoas específicas para cada função, mas, ao contrário disso as rádios locais encontram muitas dificuldades para se manterem no ar. Cabe, portanto, a cada um deles o trabalho de pesquisar, checar o estúdio, organizar os assuntos a serem divulgados e ainda fazer a locução do programa ou dos programas pelo qual é o responsável.

 Quem pôde ilustrar bem esta realidade foi o radialista J. Carlos, que apresenta o programa Balanço Total na Rádio Santa Cruz, situada em Ilhéus e está no ar há 52 anos. A partir de sua entrevista foi possível conhecer como é o contexto de trabalho dos profissionais dessa área e refletir o quanto eles estão vulneráveis aos anseios partidários e de grupos privados que quando não utilizam o espaço da emissora, tentam submeter por diversos meios os locutores aos seus desejos.

É notável a precariedade que caracteriza o dia a dia das rádios locais principalmente pela dificuldade financeira que as emissoras enfrentam. Isso acarreta no acúmulo de atividades no processo de distribuições de cargos dentro de uma Rádio, fazendo com funcionários exerçam diferentes tarefas para ocupar o vazio de um profissional em determinada área. A falta de dinheiro faz também com que as emissoras vendam seus espaços a setores terceirizados, mesmo que isso lhe custe à perda de patrocinadores. Tem sido muito comum as emissoras terceirizarem suas madrugadas às Igrejas evangélicas que, portanto, comandam toda a programação neste horário.

A teoria não está completamente equivocada, pois, esta divisão bem especifica de cargos e funções ainda é comum nas grandes rádios nacionais. Por outro lado, não é completamente ruim o acúmulo de funções nas rádios locais, pois, a partir do momento que eles experimentam também outros cargos, isso só serve de acréscimo para o seu currículo profissional, estando apto, portanto, a várias funções caso pretenda seguir carreira em uma emissora de rádio maior.

TV UESC: Uma TV Regional

Por Simone Santos 

A TV UESC, projeto experimental de televisão universitária, surgiu em 2004 com o intuito de otimizar a comunicação entre os segmentos da universidade, alunos, professores e funcionários. Além da comunicação interna, a TV UESC objetiva proporcionar ao aluno do Curso de comunicação Social – Rádio e TV, da Universidade Estadual de Santa Cruz, uma experiência na produção e veiculação de produtos para a televisão. Seu caráter experimental ofereceu, desde sempre, uma liberdade na criação de uma linguagem audiovisual própria, com produtos que mostrassem a UESC como é e a região da qual a universidade faz parte. É neste ponto que a TV UESC se destaca. Como uma televisão experimental, a TV UESC tem liberdade de criar novos padrões de linguagem audiovisual, ressignificando valores, transformando a linguagem audiovisual que está posta. No que se refere ao aspecto regional, outra característica das tv’s universitárias é o distanciamento de pressões referentes a interesses comerciais e políticos, fazendo com que seus conteúdos sejam direcionados para a educação, cultura e informação.

Desde 2004, muitos alunos fizeram parte das equipes que desenvolveram a linguagem e a característica da TV UESC, de experimentação e representação cultural regional. A TV UESC é parceira do Canal Futura, da fundação Roberto Marinho, e tem compromisso com o desenvolvimento regional, com a promoção da cultura, da identidade local e a socialização dos bens do conhecimento, gerando e difundindo informação. Hoje a TV UESC continua com seu trabalho de inovação da linguagem audiovisual, pautando a região sul da Bahia, fonte de inspiração para notícias, programas e produtos ficcionais.

Assista a TV UESC!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Sade em Sodoma – Teatro

Por Rannah Gabriela

O espetáculo carioca “Sade em Sodoma”, uma das peças contempladas pelo Programa Petrobras Distribuidora de Cultura 2011/2012, sob direção de Ivan Sugahara – baseado na literatura do Marquês de Sade “os 120 dias de sodoma” , escrita no século XVIII é uma ficção que surgiu do universo do escritor francês descendente da aristocracia. A peça circulará com apresentações em janeiro nas cidades de Porto Seguro; Ilhéus (17 e 18/01); Itabuna (20 e 21/01) e Vitória da Conquista (23 e 24/01). Em fevereiro, o espetáculo fará apresentações em Feira de Santana e Camaçari nos dias 01 e 02/02.

A peça tem no elenco a atriz Guta Stresser, a Bebel do programa humorístico da rede globo de televisão “A grande família”, além do ator Tárik Puginna. No elenco de apoio está o ator e dançarino Edson Cardoso (o Jacaré da turma do Didi) e a atriz de teatro e cinema, Diana Behrens.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A gota d´água!

Por Leandro Carmo

Não é de hoje que as organizações Globo e outros setores midiáticos de massa ou que se conceituam ‘elitizados’, recorrem ao seu espaço estabelecido na sociedade para disseminar ideologias próprias ou controlar/manipular interesses maiores – como políticos e econômicos. Na nossa história, até na mais recente, há exemplos práticos disso.

Aqui, vou me ater à tentativa esdrúxula de subestimar a inteligência humana através dos fundamentos mais incoerentes e evasivos já vistos em prol de um objetivo. Refiro-me a campanha encabeça por atores globais intitulada “Gota D’água”, onde sua finalidade é o de recolhimento de assinaturas no intuito de sensibilizar a presidenta quanto as obras da usina hidrelétrica de Belo Monte. Como ferramenta para isso, foi utilizada a internet, o meio de maior propagação de idéias no presente século, que acumula justamente a classe onde, teoricamente, são de jovens que se deixam levar por um primeiro impacto, nem que esse seja um rostinho bonito fazendo bico. Para isso, os alvos foram as redes sociais, possíveis “antros” dessa espécie humana citada acima. No vídeo em questão, é notória a falta de criatividade que parece ser inerente aos produtos “Globo”, que sempre se apropriou do jeito estadunidense de fazer televisão para formular seus programas no Brasil. Sua ideia é uma cópia descarada e tendenciosamente vagabunda de uma criada por atores de Hollywood, na última eleição dos EUA, onde objetivava convocar eleitores a votar ( veja o vídeo ). Contudo, o estarrecedor fica a cargo da própria cara de pau dos atores em disparar gigantescas pérolas com um certo ar irônico e de indignação tentando provocar a mais profunda revolta em quem assiste ao vídeo, de um modo que nem o Holocausto sensibilizaria tanto. Em sua coluna online no portal da Veja, Reinaldo Azevedo analisa, aponta e esclarece de maneira plausível as “histórias de pescador” relatadas nos poucos mais de cinco minutos de vídeo. (Leia a crítica)


Mais recentemente, a emissora carioca dedicou toda uma edição do seu repetitivo programa “Globo Repórter” para bater na tecla de uma alucinógena ideia de devastação da Amazônia, com imagens de áreas preservadas e ricas em suas biodiversidades. As chamadas do programa já referiam-se a posição contrária da emissora em relação a Belo Monte, com um texto off onde mencionava “o que pode sumir com a construção de uma hidrelétrica” erroneamente dando a atender aos menos avisados que o local em que apareciam as imagens não se trata do mesmo onde será implantada a obra. O que de fato a TV Globo precisa compreender em sua total dimensão é a que a sociedade brasileira que se configura atualmente é diferente daquela de outrora que definia seu chefe de Estado em caráter de um único debate. Ainda que hoje ela procure estabelecer suas ideologias e visões através de mecanismos mais contemporâneos, o acesso as diferentes ferramentas que nos estão disponíveis permite um maior esclarecimento e disseminação de ideias – sejam elas contrárias ou favoráveis – relevante para um ambiente passível de um posicionamento que nasça de conclusões próprias em contraponto a direcionamentos já pré-fabricados.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Uma brecha para o cinema nacional

Por Simone Santos

Com o fim da temporada dos seriados produzidos pela Rede Globo, a programação desta emissora começou a exibir, pelo menos neste início de ano, o Festival Nacional, que nada mais é que a exibição de filmes nacionais no horário das séries, após a novela das nove horas.

A iniciativa é interessante, visto que na emissora citada poucos são os filmes nacionais exibidos na programação durante o ano. A maioria é de origem estrangeira e, muitas vezes, longe de serem filmes de qualidade. Quantas e quantas vezes não vemos séries como “American Pie 1, 2, 3…”, “Todo mundo em Pânico” e suas variações? A “brecha” é importante, mas não suficiente. Ainda assim, vamos a ela.

O Festival Nacional trouxe às telas pelo menos dois grandes filmes,  Salve Geral e Era uma vez, que tocam em temas semelhantes, mas sob visões completamente diferentes: o crime organizado e a violência urbana. Salve Geral, dirigido por Sergio Rezende, exibido na quarta-feira, conta a história de um jovem que, após sair com o amigo se envolve em um crime e vai preso. Sua mãe, viúva, tenta a todo custo tirá-lo da cadeia, mas se depara com a organização Primeiro Comando da Capital, o PCC, quando esta inicia uma onda de ataques à policiais em São Paulo.

Salve Geral, começa com uma trilha impactante. Esse primeiro contato suga de vez a atenção para um filme que requer somente um fôlego do espectador: a sucessão dos fatos, as “cismas do destino” vão conduzindo os personagens sem que estes tenham tempo de mudar a direção, de optar. São lançados às mais diversas situações, que transformam de maneira irremediável suas vidas. Salve Geral apresenta uma possível “visão do outro lado da história”, para explicar a vida e os fatos que marcaram aquele período da história de São Paulo.

Era Uma vez, do diretor Breno Silveira, exibido na sexta-feira, tem as mesmas linhas atrativas: os personagens são conduzidos por um destino implacável. Eles se deixam levar por suas vontades, suas paixões, mas os contextos que os separa, a classe social, e um ainda maior, a atmosfera de violência urbana que os envolve, se mostram maiores que os anseios de cada um. O filme é uma espécie de Romeu e Julieta brasileiros; as referências trágicas na história nos remetem, indiscutivelmente, à história clássica escrita por Shakespeare.

A vida está por um fio a todo instante. O espectador nunca sabe o que esperar das ações dos personagens. Eles são conduzidos pelo destino, sem ter o controle das próprias vidas. Claras referências às tragédias gregas, não se sabe se de maneira intencional. Dois grandiosos filmes que criticam a sociedade brasileira, especialmente a dos dois grandes centros do país, Rio de Janeiro e São Paulo e suas diferenças sociais. Empolgantes e surpreendentes. Filmes para serem vistos de um fôlego só.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O Baile: o encantamento em forma de filme

Por Simone Santos

Luzes apagadas. Passos num salão enorme. Um simpático velhinho vai aos poucos ligando as luzes, a música e vai revelando ao público o surpreendente palco de um filme inesquecível.  Essa é a atmosfera do filme O Baile, de Ettore Scola. Este magnífico cineasta vem de uma escola de cinema das mais importantes e transformadoras, a italiana, e com sensibilidade e graça apresenta através da dança as vicissitudes, as transformações e as tensões da sociedade francesa, de 1936 até meados dos anos 80 do século passado.

Realizado em um único cenário, este filme inova não somente neste aspecto,  também não traz qualquer diálogo verbal, mas a linguagem universal dos sentimentos aquece e empolga qualquer espectador. O Baile traduz as relações humanas em gestos, sensações e expressões, que dão ao espectador a possibilidade de sentir aquele friozinho na barriga de quem tenta tirar alguém para dançar. Como é difícil, não?

O figurino, as sutis mudanças do cenário, os estilos de dança e claro, a aparência dos personagens dão a ideia da passagem do tempo e contam, ao mesmo tempo, um pouco da história da França, através da vivência daquele grupo de pessoas. A vida de cada um, ao longo do tempo foi se modificando, à sorte dos acontecimentos, da troca de poderes, de crises financeiras e políticas.

O Baile mostra-se como um microcosmo da realidade francesa, a evolução do país ao longo dos anos e as principais interferências culturais sofridas naquela sociedade, que tinha nos personagens sem nome, sem história “pessoal”, os representantes daquelas transformações. Eles eram o espelho do povo, de um povo que acredita no amor e nos ideais revolucionários.

O diretor, Ettore Scola
História a parte, O Baile é um adorável convite à diversão, ao riso, à emoção, pois esta não falta em nenhum momento e faz cada um mergulhar na história imaginada para cada personagem, a torcer por sua felicidade, a ver um final feliz. O Baile não se encerra em si mesmo, ele continua, perpetuando as esperanças na memória de quem vai pra casa ao final da festa ouvindo ainda aquela música que tocou no início de tudo.

Reality Shows: merecemos isso?

Por Simone Santos

Qual a finalidade de um Reality Show? Didaticamente falando, nenhuma, como já percebemos durante os anos a fio pelos quais somos bombardeados por uma infinidade deles. O entretenimento não “se faz de rogado” e para ele tudo vale, basta ter alguém que ligue a TV e se interesse pelo que está sendo exibido.

Novos participantes do BBB 12
O entretenimento do tipo “reality” toca profundamente na característica humana de “olhar a vida alheia”, centrando aí o sucesso com que há anos ganham mais e mais audiência. Este ano não será diferente, pois estamos às vésperas do TÃO aclamado BBB12 (é esse mesmo? Já perdi a conta… Ah, fui no G1, é o 12 mesmo) e, para completar, no time das bizzar… deste tipo de programas, no canal Bandeirantes, esteou o Mulheres Ricas!

Mulheres Ricas, o novo reality
show da TV brasileira 
Eu confesso que não havia pensado em um reality desses aqui no Brasil. Sei lá, parece que esse tipo de “grupo” não se daria ao trabalho de expor suas intimidades nessa proporção. Ou mais até: como se não tivesse gente que se assumisse TÃO RICA no Brasil… Ledo engano. Esta era, pelo menos até agora, a última barreira da vaidade dessas pessoas, que terá todo um país para “admirá-las”.

Gosto do público? Nãaao. Esse coitado, até hoje, nunca opinou na elaboração de nenhum programa na TV brasileira (alguém conhece algum?). Patrocinadores? Seeempre… Hoje todo mundo que tem dinheiro pode ter seu lugar ao sol na TV comercial. Quem se salva nessa história? Sei lá, acho que já passou da hora de se assistir esse tipo de programa com “olhares críticos”. Hoje tudo se trata somente de dividendos, exposições de produtos, “merchan”.

Quem quiser arriscar mais um ano de “estudo” dessas produções, pode se sentar à frente da TV e avaliar qual será a novidade deste ano (um jarro na sala do BBB, um casaco de pele novo da socialite). Quem não quiser arriscar, terá ótimas opções em outros canais, livros, teatro, filme em DVD, que seja. Só terão que resistir à grande massa, que hipnoticamente estará falando disso em todas as esquinas, redes sociais, site de notícias, mídias tradicionais. É possível ir contra a maré? Acho que sim… mas tem que ter muita força de vontade!

Sugestões:  

 

Qual é o esporte nacional?

Por Joelson Batista

Vamos parar para analisar os programas de esporte das emissoras abertas? Comece analisando a abordagem das matérias. Notou que a maioria procura uma abordagem mais descontraída para falar sobre esporte? Agora procure olhar a variedade de esportes, apresentados no programa. Percebeu alguma coisa?

Pois é, há muito tempo os programas de esporte das televisões abertas só procuram falar sobre o futebol, se um time ganhou ou se o outro está em crise. Falam de casos pessoais dos atletas do futebol, e os programas esportivos passam a ser futebolísticos. O público fica privado a saber só isso, a uma alienação as outras modalidades, as pessoas são forçadas a gostar do futebol, mas algumas vezes aparecem matérias de outras modalidades, aparecem sim, mas em um curto tempo, e muitas vezes de uma forma vaga. Por isso, esportes como o vôlei, que é o segundo esporte praticado no país, em certos lugares, tem tão baixa audiência em suas transmissões.

Mas venhamos e convenhamos em caso como o do programa Globo Esporte, vemos matérias sobre Fórmula 1 e agora sobre o UFC – Ultimate Fighting Combat, esporte que mescla artes marciais. Por que será? Se pensarmos nos investimentos feitos para as transmissões dessas categorias, teremos a resposta. Essas empresas investem uma fortuna para ter direito da transmissão desses eventos. A fórmula 1 é o esporte mais caro do mundo, é algo para poucos. Para que a população goste do esporte, vale até mesmo manter a imagem de Ayrton Sena, como um mito já que os atuais representantes não conseguiram sair do papel de “representantes” do nosso pais. Vendendo a imagem, conseguem um espaço cativo nas transmissões.

O UFC vêm tendo um crescimento extraordinário. No começo, ainda sobre a tutela dos Gracie, família brasileira que desenvolveu o esporte, valia “meros” 2 milhões de dólares e, nos dias atuais, o valores ultrapassam a casa de 1 bilhão de dólares. Agora dá para entender o porquê das recentes abordagens. As empresas da comunicação mostram aquilo que dará lucro, então não vai valer a pena mostrar tênis de mesa na televisão, pois não terá rentabilidade.

É claro que o esporte nacional é o futebol, isso cresceu a partir de mitos como Garrincha, Zagalo, Pelé, que no passado encantaram o mundo inteiro com uma ginga dentro de campo e levaram o nome do país a vários lugares do mundo.

Mas não custa lembrar que o Brasil é um país da diversidade, em que todos os esportes têm a sua vez e sua hora. Se falarmos que o esporte nacional é a sinuca, será a sinuca, não devemos deixar nossos gostos serem conduzidos pela indústria midiática.