quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A gota d´água!

Por Leandro Carmo

Não é de hoje que as organizações Globo e outros setores midiáticos de massa ou que se conceituam ‘elitizados’, recorrem ao seu espaço estabelecido na sociedade para disseminar ideologias próprias ou controlar/manipular interesses maiores – como políticos e econômicos. Na nossa história, até na mais recente, há exemplos práticos disso.

Aqui, vou me ater à tentativa esdrúxula de subestimar a inteligência humana através dos fundamentos mais incoerentes e evasivos já vistos em prol de um objetivo. Refiro-me a campanha encabeça por atores globais intitulada “Gota D’água”, onde sua finalidade é o de recolhimento de assinaturas no intuito de sensibilizar a presidenta quanto as obras da usina hidrelétrica de Belo Monte. Como ferramenta para isso, foi utilizada a internet, o meio de maior propagação de idéias no presente século, que acumula justamente a classe onde, teoricamente, são de jovens que se deixam levar por um primeiro impacto, nem que esse seja um rostinho bonito fazendo bico. Para isso, os alvos foram as redes sociais, possíveis “antros” dessa espécie humana citada acima. No vídeo em questão, é notória a falta de criatividade que parece ser inerente aos produtos “Globo”, que sempre se apropriou do jeito estadunidense de fazer televisão para formular seus programas no Brasil. Sua ideia é uma cópia descarada e tendenciosamente vagabunda de uma criada por atores de Hollywood, na última eleição dos EUA, onde objetivava convocar eleitores a votar ( veja o vídeo ). Contudo, o estarrecedor fica a cargo da própria cara de pau dos atores em disparar gigantescas pérolas com um certo ar irônico e de indignação tentando provocar a mais profunda revolta em quem assiste ao vídeo, de um modo que nem o Holocausto sensibilizaria tanto. Em sua coluna online no portal da Veja, Reinaldo Azevedo analisa, aponta e esclarece de maneira plausível as “histórias de pescador” relatadas nos poucos mais de cinco minutos de vídeo. (Leia a crítica)


Mais recentemente, a emissora carioca dedicou toda uma edição do seu repetitivo programa “Globo Repórter” para bater na tecla de uma alucinógena ideia de devastação da Amazônia, com imagens de áreas preservadas e ricas em suas biodiversidades. As chamadas do programa já referiam-se a posição contrária da emissora em relação a Belo Monte, com um texto off onde mencionava “o que pode sumir com a construção de uma hidrelétrica” erroneamente dando a atender aos menos avisados que o local em que apareciam as imagens não se trata do mesmo onde será implantada a obra. O que de fato a TV Globo precisa compreender em sua total dimensão é a que a sociedade brasileira que se configura atualmente é diferente daquela de outrora que definia seu chefe de Estado em caráter de um único debate. Ainda que hoje ela procure estabelecer suas ideologias e visões através de mecanismos mais contemporâneos, o acesso as diferentes ferramentas que nos estão disponíveis permite um maior esclarecimento e disseminação de ideias – sejam elas contrárias ou favoráveis – relevante para um ambiente passível de um posicionamento que nasça de conclusões próprias em contraponto a direcionamentos já pré-fabricados.

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